terça-feira, 28 de maio de 2013

Aprendamos com Maria a olhar o passado para no presente construirmos o futuro feliz.


Maria, atenta às Escrituras, quer ser esclarecida, mulher do desprendimento e da disponibilidade (o SIM), consciente dos problemas, sente urgência da caridade (Bodas de Canaã, por exemplo), mulher serena em todas as situações, dá graças a Deus (Magnificat) olhando o passado, o presente e o futuro.

A Virgem Maria sempre foi considerada mestra da oração. Na sua escola de silêncio e de contemplação aprende-se a entrar em comunhão com Deus. Em Maria, os sentimentos e a esperança do povo tornam-se realidade. É Ela quem suplica e intercede, e Deus, olhando a Sua sinceridade e humildade, escolhe-a para mãe do Seu Filho.

Não são muitas as palavras que os evangelistas nos transmitem de Maria e meditando-as, podemos penetrar no Seu santuário e perceber toda a Sua grandeza; meditando o Seu silêncio, sentimos a sua presença permanente ao lado de Jesus.

O cântico de Maria, conhecido por “Magnificat”, não é outra coisa senão um caminho de oração. Um método de oração simples, que nasce da realidade, do contexto da vida e se faz fermento, dando sentido a todas as nossas ações.

O Magnificat é a transparência da alma de Maria que, profundamente tocada pelas palavras de Isabel ao elogiar a sua fé, explode de alegria com palavras de louvor ao Senhor Todo-poderoso. Sem pressa, com amor, com o coração cheio de gratidão, tentando compreender o sentido de cada palavra, rezemos com Maria:

“A minha alma glorifica o Senhor

E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.

Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva:

De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.

O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome.

A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem.

Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.

Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.

Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre.” (Lucas 1, 46-56)

A oração de Maria é percebida na sua vida, no seu silêncio e, principalmente, no fato de acompanhar Jesus em todos os momentos da sua vida, e ainda depois, no cenáculo.

Maria conserva em si a memória límpida e transparente, uma memória “purificada” de todo o mal, revigorada por todo o bem, uma memória sempre virgem e “revirginizada” pela experiência do amor de Deus. O passado, não traz medo, mas gera alegria, porque Ela sabe ver que a vitória de Deus é sempre maior do que o pecado.

Poderíamos colocar em evidência a dinâmica do olhar de Maria, que faz brotar a sua oração contemplativa: Ela olha o presente, o passado e o futuro.

Quando nos colocamos em oração, a primeira atitude é deixar o nosso coração agradecer e louvar ao Senhor por tudo, inclusive, pelos sofrimentos, cruzes e dificuldades do dia-a-dia. Deus revela-se em todos os momentos da nossa vida. É preciso olhar o presente como “momento de eternidade”, como sacramento em que se realiza a nossa salvação e a nossa experiência profunda de Deus. O presente traz à nossa mente e ao nosso coração as alegrias que experimentamos no convívio com os outros. Sempre que rezamos precisamos saber dizer, como Maria: “Faça-se em mim segundo a tua palavra“.

O presente é muito pequeno para compreendermos as maravilhas que o Senhor tem operado na nossa caminhada. Daí que os santos olham sempre o passado, para reconhecer os próprios pecados e pedir perdão a Deus, experimentando assim a Sua misericórdia. O pecado é parte integrante da nossa vida, se meditássemos mais neles, sem dúvida, seríamos mais sábios e evitaríamos no futuro tantos erros. Contemplar os pecados não com desespero ou duvidando da misericórdia do Senhor, mas na certeza do amor, e não esqueçamos depois, que amor com amor se paga.

Maria olha o passado não para reconhecer o seu pecado, pois dele foi preservada; mas ela possuía um grande sentido de humildade, de pobreza. Tinha consciência da sua pequenez. Ela é a mulher simples, destituída de todo o poder, mas enriquecida pelo poder e autoridade do amor e do serviço. Daí que, com o Seu serviço e Suas atitudes, Ela nos abriu o futuro.

Então, que nós aprendamos com Maria a olhar o passado para no presente construirmos um futuro feliz.

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