MARIA NOS ENSINA A ESPERA EM DEUS

A vida de um cristão autêntico é atribulada: cheia de tentações, desafios e batalhas. É uma vida que exige de nossa parte abnegação: “Quem quiser vir após mim renuncie a si mesmo, tome a sua Cruz e me siga” (São Mateus 16, 24). Uma vida assim exige prudência (a capacidade de ver as coisas como elas são), uma fé sólida e muita fortaleza, mas acima de tudo, no mundo de hoje, exige ESPERANÇA.

Exige ESPERANÇA porque a sociedade atual é muitas vezes contrária aos que seguem Cristo e, por maiores que sejam os nossos esforços para levarmos uma vida digna e santa, parece que não temos resultado, não sentimos os efeitos, os frutos da vivência cristã em nossas vidas, não somos reconhecidos pelos outros, muitas vezes nem mesmo notados, às vezes até incompreendidos e tratados com indiferença e preconceito. Aí então compreendemos as palavras de Nosso Senhor: “Meu Reino não é deste mundo” (São João 18, 36), voltamos então os nossos olhos (os da alma) para o nosso destino último, o Céu, e nos deixamos invadir pela luz divina que nos indica que não nascemos para este mundo, e que pouco importa se somos acolhidos ou não pelos outros, mas que nascemos para a vida bem-aventurada com Deus na Eternidade, onde não haverá mais incompreensão nem sofrimento, onde “Deus será tudo em todos” (1ª Coríntios 15, 28).

Com esse olhar percebemos que os desafios que nos são impostos pela sociedade e as tentações do demônio, ao invés de nos distanciar do Senhor Deus, nos unem a Ele pela ESPERANÇA. E quem é o maior exemplo de ESPERANÇA para nós senão a Virgem que disse a Deus: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (São Lucas 1, 38) mesmo sem compreender ao certo o que aconteceria com ela. Essa mesma Virgem, prevendo na ESPERANÇA as alegrias do Céu para os fiéis de seu Filho e a condenação no inferno para os infiéis, corajosamente proclamou que o Senhor “mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes” (São Lucas 1, 51-52). É dela, a “bendita entre todas as mulheres” (São Lucas 1, 42) porque soube ESPERAR no Senhor, que devemos aprender que “é na ESPERANÇA que fomos salvos” (Romanos 8, 24).

Encerro convidando vocês a rezar com São Francisco de Assis, um dos maiores devotos da VIRGEM DA ESPERANÇA, que ele chamava Rainha dos Anjos, esta bela oração escrita por suas próprias mãos: “Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou por seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem! Salve, ó palácio do Senhor! Salve, ó tabernáculo do Senhor! Salve, ó morada do Senhor! Salve, ó manto do Senhor! Salve, ó serva do Senhor! Salve, ó Mãe do Senhor, e salve vós todas, ó santas virtudes derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis transformando-os de infiéis em servos fiéis de Deus! Amém”.

Jonas Lopes de Medeiros – Membro da Juventude Franciscana (JUFRA), Catequista e Ministro extraordinário da Sagrada Comunhão da Paróquia de Nossa Senhora dos Aflitos de Jardim de Piranhas-RN.